12 Jul / 2021

Vai se apresentar num evento (remoto ou presencial) com tradução simultânea? Não deixe de ler este guia

Se você vai dar uma palestra num evento (remoto ou presencial) com tradução simultânea, as dicas reunidas neste brevíssimo guia organizado pela fundação catalã Doctor Antoni Esteve são curtas, diretas, claras e bem explicadas. Antes de mais nada, é importante lembrar: graças ao trabalho do intérprete, o público que não fala sua língua vai compreender e acompanhar o que você está dizendo. Por isso essa parceria é fundamental, e colaborar com o profissional responsável pela tradução simultânea é, acima de tudo, do interesse do próprio orador.

A Fundação Doctor Antoni Esteve divulgou as orientações (disponíveis em espanhol, inglês e, é claro, catalão) pensando sobretudo em palestrantes convidados para congressos na área médica e científica, na qual a entidade atua. Mas as sugestões valem para apresentações em qualquer área: economia, política, tecnologia da informação, recursos humanos, direito e por aí vai. São atitudes simples, como enviar com antecedência para os intérpretes o material que será exibido na apresentação (para que os tradutores possam estudar e se preparar antes do evento); esclarecer o significado de siglas e abreviações (que podem ser velhas conhecidas do palestrante, mas não necessariamente do intérprete ou do público estrangeiro); não se preocupar com a confidencialidade (o sigilo do conteúdo é um princípio ético quase religioso da interpretação de conferências, à semelhança do que ocorre na relação médico/paciente ou advogado/cliente); falar na língua materna e evitar fazer o discurso num segundo idioma (os intérpretes estão lá justamente para que cada um se expresse com segurança e conforto, sem se preocupar com questões linguísticas – trabalho que cabe ao profissional de tradução).

Embora algumas dicas sejam específicas para eventos com interpretação, muitas valem para qualquer ocasião – mesmo quando todos os participantes falam um único idioma. Alguns exemplos: respeitar o tempo designado para a sua fala (atrasos atrapalham o andamento do evento, com ou sem tradução); evitar ler textos longos (palestras lidas têm um risco maior de serem maçantes para a plateia, o que significa perder a atenção do público); e até coisas aparentemente prosaicas como… respirar! É claro que um palestrante “ligado no 220”, que fale na velocidade da luz, complica a vida dos intérpretes – que, mesmo assim, estão preparados e treinados para lidar com essas situações. Mas fazer uma apresentação corrida e atropelada pode ser confuso até para conterrâneos que compreendam perfeitamente a língua do orador.

Finalmente, o guia traz orientações básicas para palestras feitas pela internet, em webinars e lives – também aplicáveis a transmissões sem interpretação. São medidas simples, que fazem uma tremenda diferença: garantir uma boa conexão (se possível cabeada) para evitar que a imagem congele ou que a internet caia no meio da sua apresentação; manter o microfone no mudo quando não estiver falando; usar fones de ouvido com fio e microfone embutido (por mais práticos e discretos que sejam, os fones wireless ou do tipo “air pods” têm qualidade de som inferior para quem escuta o que você fala).

Recomendo a leitura.

Texto de Beatriz Velloso.