09 Jul / 2020

O caso Marina Gross: uma ameaça aos princípios éticos do trabalho dos intérpretes

“A intimação seria um golpe considerável à confiança depositada no trabalho dos intérpretes”. A declaração é de Barry Slaughter Olsen, profissional experiente e professor de interpretação de conferências no Middlebury Institute of International Studies, na Califórnia. Em entrevista à rede de TV a cabo americana CNN, Olsen comentou a possibilidade de que a intérprete Marina Gross, que traduziu o encontro privado entre Donald Trump e Vladimir Putin em julho do ano passado, seja chamada a depor no congresso americano. O assunto voltou à baila nos últimos dias, depois que uma reportagem do jornal Washington Post jogou mais lenha na fogueira alimentada pelos malabarismos de Trump para ocultar o conteúdo da conversa particular com o presidente russo. Democratas favoráveis ao depoimento de Gross afirmam que os cidadãos americanos têm direito de conhecer o teor do encontro. Os intérpretes acreditam que a intimação abriria um precedente delicado e colocaria em risco um dos mais importantes princípios éticos da profissão: a confidencialidade. Confira aqui a entrevista de Olsen à CNN.